A alotriofagia ou síndrome de pica é um tipo de distúrbio alimentar caracterizado pela ingestão de uma ou mais substâncias não nutritivas e não alimentares por pelo menos um mês.
“Tive desejo de comer arroz cru e terra vermelha, mas acabei engolindo um pedaço de tijolo durante a gravidez.” “Cheguei a consumir 2 kg de farinha de mandioca por dia.”
Esses são relatos de pessoas com alotriofagia – transtorno popularmente chamado de “síndrome de pica” – retirados de artigos científicos ou coletados pela reportagem.
O termo “pica”, usado no nome popular do quadro, faz referência ao pássaro P. pica, também chamado de pega-rabuda, conhecido por sua dieta variada e propensão a comer qualquer coisa que encontre pela frente.
A alotriofagia, segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), é um tipo de distúrbio alimentar caracterizado pela ingestão de uma ou mais substâncias não nutritivas e não alimentares por pelo menos um mês. É um comportamento que prejudica a saúde física e afeta aspectos psicossociais, segundo o material.
Entre os principais itens consumidos pelas pessoas que sofrem da condição estão papel, sabão, pano, cabelo, barbante, lã, terra, giz, pó de talco, tinta, metal, pedras, carvão, cinzas, argila, amido e gelo.
Causas da alotriofagia
A alotriofagia normalmente está associada a deficiências nutricionistas de vitaminas ou minerais, principalmente zinco e ferro. No entanto, segundo o DSM, o quadro também pode estar ligado a transtornos mentais (como autismo e esquizofrenia) e déficit intelectual.
Diagnóstico da síndrome de pica
Quem sofre com alotriofagia deve procurar psiquiatras e psicólogos. O diagnóstico, segundo o Dr. Heyde, é primariamente clínico e definido pela ingestão repetitiva de substâncias não alimentícias de forma repetitiva por pelo menos 30 dias. O médico normalmente solicita exames para avaliar se existe algum déficit nutricional e pode encaminhar para outras especialidades se houver complicações como obstrução intestinal.
“Assim, dependendo da substância envolvida, alguns exames devem ser solicitados para avaliação de possível complicação. Por exemplo, intoxicação por chumbo ou ingestão de substâncias que ficam alojadas no trato gastrointestinal, como tecidos no estômago, situação chamada de bezoar (acúmulo de material não digerido).”
Tratamentos da síndrome de pica
Não existe nenhum tratamento padrão para a síndrome de pica. No geral, os cuidados médicos serão personalizados para atender às necessidades individuais de cada paciente. Além disso, o atendimento pode envolver uma abordagem multidisciplinar com a colaboração de médicos, psicólogos e outros profissionais de saúde.
A prática clínica sugere três pontos principais: correção do déficit nutricional; psicoterapia; e tratamento medicamentoso, feito principalmente por prescrição de inibidores da recaptação da serotonina (espécie de mensagem químico), visto que pode haver outro diagnóstico psiquiátrico associado, como depressão, transtorno obsessivo-compulsivo ou transtorno de ansiedade.
UOL
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