Há oito anos, 13 de novembro de 2015, Paris sofria não um, nem dois, mas sim sete atentados terroristas, sendo três explosões e seis fuzilamentos. A ação do Estado Islâmico provocou total de 131 mortos, de 19 nacionalidades diferentes, e 350 feridos. Os terroristas, alguns suicidas, eram franceses, além de belgas e iraquianos, enviados à Europa por iranianos e sírios
A sequência de ataques simultâneos envolveu o Bataclan, uma emblemática casa de shows parisiense, durante apresentação do grupo de rock americano Eagles of Death Metal. Armados com fuzis AK-47, bastante munição e cintos explosivos, membros do autodenominado Estado Islâmico (EI), vestidos de preto, gritaram Allahu akbar (“Deus é o maior”) “com toda a força de seus pulmões” antes de começar a atirar na multidão.
Ao mesmo tempo, ataques ocorriam nas imediações do “Stade de France”; no terraço de La Casa Nostra, um restaurante italiano; no restaurante La Belle Équipe, na rue de Charonne; atirador detonou seu colete suicida na via pública (Boulevard Voltaire). Toda a cidade de Paris ficou em alerta e caótica.
O grupo extremista muçulmano planejou o ataque, vingando os bombardeios e as intervenções militares francesas na Síria e no Iraque e as charges insultantes ao Profeta Maomé, divulgadas na revista humorística francesa Charlie Hebdo
Diante desses fatos inusitados, o mundo vive num constante estado de tensão, em razão de ataques terroristas orquestrados, de difícil detecção. O esforço global é no sentido de uma solução que contemple a harmonia entre garantias e liberdades individuais, com o rol de direitos do cidadão, visando à preservação de vidas, entre eles o direito à privacidade e à livre circulação.
Muito preocupante é a ofensiva no Brasil do grupo radical Hezbollah, descoberta pela PF na “Operação Trapiche”. Segundo a investigação, o grupo sob suspeita planejava ataques contra prédios da comunidade judaica. Há indícios de que alguns “alvos” já estavam sendo monitorados, como sinagogas. A PF A já identificou dois suspeitos, que estariam no Líbano, na relação dos mais procurados da polícia internacional.
A palavra francesa “terrorisme” (do latim terror, terroris, “terror, espanto”) foi empregada pela primeira vez em 1794 na Revolução francesa, com o sentido restrito de “doutrina dos partidários do Terror”, comandados por Maximilien de Robespierre, líder dos jacobinos. O terrorismo é considerado o principal problema que o mundo contemporâneo está lidando.
A ONU debate como lidar com a ameaça terrorista, que desafia os valores compartilhados de paz, justiça e dignidade humana. O extremismo violento agravou a crise humanitária sem precedentes, que ultrapassa as fronteiras de qualquer região. Milhões de pessoas fogem de territórios controlados por grupos terroristas e extremistas. A forma de enfrentar é a prevenção, dando voz , especialmente às minorias, mulheres e jovens. Além disso, priorizar os direitos humanos, em todas as políticas antiterroristas.
*Ney Lopes é jornalista
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