Nessa sexta-feira (10), um artigo polêmico foi publicado pelo Padre Gedeon. No texto, ele fala sobre os escândalos envolvendo as igrejas católicas da Paraíba, e afirma que os escândalos envolvendo líderes estão em todo o nordeste do Brasil com desvio de dinheiro, enriquecimento ilícito, assédio moral e sexual, pedofilia.
A IGREJA DOS ESCANDÃLOS – Por Padre Gedeon
Porém, o que escandalizar um destes pequeninos, que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço a mó de um moinho, e que o lançassem ao fundo do mar (Mt, 180).
Com o escândalo, inicialmente envolvendo a administração do Padre Zé, e se estendendo como teia de aranha, ligando comunidade de vida, padres e seminário, isto é, as estruturas que compõe a diocese, o escândalo mostra um modelo de igreja que nos últimos anos vem sendo implementado. Como se não bastasse, os escândalos afetivos vêm crescendo significantemente nos últimos anos. Não se trata de eventos isolados, mas de uma proposta que vem sendo implementada sem critérios objetivos. De forma bem clara e evidente, a Diocese assumiu as novas comunidades como um novo modo de ser igreja em João Pessoa.
Os seminaristas são formados para fundar comunidades, serem ricos o suficiente para ter paramentos finos, carros de luxo e adotar o falecido Joao Paulo II como mestre espiritual. Sem objeções, se algum seminarista expulso da opus dei, pedir asilo no seminário, é acolhido. Não por ser de tal seita, mas por que a opus dei é um grupo que se opõe ao modelo de igreja do Papa Francisco. Os escândalos envolvendo lideres dessas novas comunidades estão em todo o nordeste do Brasil. Desvio de dinheiro, enriquecimento ilícito, assédio moral e sexual, pedofilia etc.
O que aconteceu com o modelo de igreja implementado por Dom José Maria Pires? Tinha problemas? Certamente. Mas era uma igreja voltada para as causas do Reino de Deus. Lembro-me, que o seminário adotava quatro eixos formativos. Vida afetiva, vida comunitária, vida de oração e a pastoral como eixo integrador dessas dimensões. A formação, nas palavras do Pe. Luiz Antônio, era para nos humanizarmos, pois sem nos humanizarmos, não seriamos bons padres e, caso alguém deixasse o ministério, com tal formação, seria um bom cidadão, um bom marido. Etc. Paulo Freire, fala em hominização, como fim de todo processo formativo. Trata-se de uma formação para transformar o mundo desde os empobrecidos. Onde está essa utopia? Deixamos a igreja nas mãos de lobos.
As congregações femininas que moravam nas periferias abandonaram, em parte, tal projeto. Certamente, os padres e as freiras que optam pelo empobrecidos são ignorados. Qualquer grupo de leigos que se organizam para um trabalho social, são ignorados pelo novo modelo de igreja.
Ser ignorado e perseguido pelas instituições é o que nos identifica com Cristo. O Reino de Deus pertence aos pobres (MT, 5.) e não a igreja. Que estes escândalos, nos faça entender que sem uma clara opção pelos pobres quanto pelas bandeiras dos mesmos, a igreja é tomada pelos lobos, assaltantes e mercenários.
“Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade.” (Eclesiastes 5:10). Não desanimemos, pelo contrário, vamos fazer da experiência do poder clerical, que é dominador, machista e sectarista, elementos importantes na construção de uma igreja inclusiva, como bem sonha o PAPA FRANCISCO. (Pe. Gedeon)
Polêmica Paraíba
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