A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos de 8 de janeiro, deve apresentar nesta terça-feira (17) o parecer final sobre os trabalhos do colegiado. A sessão está marcada para 9h.
Em conversa com a imprensa na véspera da leitura do documento, Eliziane não antecipou as sugestões de indiciamento que fará, mas disse que o documento terá uma parte voltada para a atuação dos militares durante os ataques às sedes dos Três Poderes.
“Nós ouvimos vários militares, nós ouvimos sargentos, policiais, nós ouvimos coronéis, nós ouvimos generais. Nós ouvimos as mais diferentes patentes aqui nesta comissão. É natural que no nosso relatório nós também tenhamos indiciamentos”, disse.
“Mas o olhar voltado para os militares não há dúvida nenhuma que estará consignado nesse relatório”, acrescentou.
Nos bastidores, governistas dão como certo o indiciamento de militares, incluindo o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Quanto ao ex-presidente, amanhã [terça], a gente apresentará ao Brasil ou não o seu indiciamento”, afirmou. “Todos os indiciamentos que serão apresentados amanhã serão indiciamentos com sustentação muito forte e muito precisa.”
Força-tarefa para votar relatório nesta semana
O Palácio do Planalto determinou que as lideranças do governo no Congresso façam uma força-tarefa para ter o máximo da base aliada presente na leitura do relatório final da CPMI do 8 de janeiro.
Segundo parlamentares ouvidos pela CNN, o governo quer demonstrar apoio ao relatório da senadora Eliziane Gama e aprovar o texto com larga vantagem para abafar qualquer risco de derrota.
O Planalto tem maioria na comissão, mas está ciente das intenções da oposição de derrubar o texto e emplacar relatórios paralelos.
O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), definiu que a sessão desta terça-feira começará com a leitura do texto de Eliziane. A parlamentar terá tempo livre para ler todo o parecer, elaborado ao longo de quatro meses.
Depois, um membro da oposição terá uma hora para fazer a leitura de um voto em separado. Neste momento, deve ser apresentado um dos dois relatórios paralelos feitos por senadores e deputados que refutam que no dia 8 de janeiro houve uma tentativa de golpe de Estado.
Todos os parlamentares poderão se inscrever no início da sessão para debater os relatórios, com o tempo máximo de 10 minutos para membros e três minutos para não-membros.
Vale ressaltar que a oposição também pode pedir vista, ou seja, mais tempo para analisar os textos. Se isso ocorrer, a discussão e a votação do relatório final devem ficar para quarta-feira (18).
Fonte: CNN
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