Líderes de Progressistas e Republicanos se reuniram nas últimas semanas para debater a possibilidade de união das legendas em uma federação partidária, que valeria para as eleições de 2026.
A formação de uma federação entre esses dois partidos poderia resultar em uma bancada de 90 deputados na Câmara dos Deputados, ficando atrás apenas do Partido Liberal (PL), que atualmente detém 98 cadeiras na Casa. No Senado, a federação teria 10 representantes.
Os principais expoentes do PP e dos Republicanos são o presidente da Câmara, Arthur Lira, representando o PP, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pelo lado dos Republicanos.
Já em 2021, cogitou-se a possibilidade de uma federação, mas a executiva nacional dos Republicanos rejeitou a ideia, afirmando que o partido não se uniria a nenhuma outra legenda para as eleições de 2022.
Em federações partidárias, as legendas que se associam são obrigadas a agir de forma unitária, pelo menos nos quatro anos subsequentes às eleições, em níveis federal, estadual e municipal. Qualquer descumprimento dessas regras pode resultar em punições.
Os presidentes do PP, senador Ciro Nogueira, e dos Republicanos, deputado Marcos Pereira, se reuniram aproximadamente três semanas atrás para discutir a possibilidade de retomar as negociações para a federação. Até o momento, não há um novo encontro agendado para tratar desse assunto.
Ambos os partidos foram parte do grupo de apoio político de Jair Bolsonaro, juntamente com o PL. Entretanto, algumas alas dessas legendas se aproximaram do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após sua vitória eleitoral.
Federação fortaleceria partidos diante da atual legislação eleitoral
Os entusiastas da federação alegam que ela poderia acomodar os interesses locais e nacionais de ambas as legendas, com um olhar para as eleições de 2026, além de fortalecer os partidos no Congresso Nacional. Na visão desses membros, a federação poderia influenciar a sucessão de Arthur Lira na presidência da Câmara, já que Marcos Pereira, o atual vice-presidente da Casa, almeja assumir o cargo a partir de 2025.
Contudo, existem obstáculos significativos. Mesmo em estágio inicial, membros dos partidos já começaram a manifestar preocupações sobre a viabilidade da federação nos próximos meses, principalmente devido a disputas por espaço partidário em alguns estados, como Piauí e Pernambuco.
No médio e longo prazo, é provável que essas legendas tenham que se unir a outras para se manterem competitivas no cenário político. Recentemente, o presidente do PP, Ciro Nogueira, mencionou a perspectiva de redução do número de partidos no Brasil, sugerindo que o país caminha para ter cerca de dez legendas em alguns anos.
Para Ciro Nogueira, uma aproximação com os Republicanos também pode ser interessante, visto que ele almeja a vice-presidência em uma chapa presidencial liderada por Tarcísio de Freitas em 2026, de acordo com relatos de aliados.
Ao longo de meses, o PP tentou costurar um acordo para formar uma federação com a União Brasil, mas essa tentativa fracassou devido a disputas sobre o controle de diretórios regionais em alguns estados. Membros do PP acreditam que o diálogo com os Republicanos pode fluir melhor, uma vez que há uma maior disposição dos parlamentares desse partido para se aproximarem do PP.
O PP e os Republicanos compartilham uma convergência em grande parte das pautas partidárias, posicionamentos políticos e uma posição de cooperação em relação ao governo Lula.
Via Blog do Girotto
Comentários
Postar um comentário