Por Alex Viana
Em tempos de polarização exacerbada e de debates políticos marcados mais por ofensas e radicalismos do que por discussões construtivas, Natal e o Rio Grande do Norte enfrentam o desafio de superar um modelo de debate político desgastante e pouco produtivo.
O episódio recente envolvendo o prefeito Álvaro Dias, que, após apoiar Jair Bolsonaro na política nacional, elogiou políticas públicas do governo Lula, exemplifica o quanto o debate político pode se tornar superficial e desviado de seu propósito principal: o desenvolvimento do Estado.
“É imprescindível que o foco do debate político seja redirecionado para questões críticas, e não para discussões efêmeras”
Este incidente revela uma preocupante tendência na política local e nacional: a de focar em discussões efêmeras e conflitos ideológicos, em vez de abordar problemas reais e encontrar soluções viáveis.
O Rio Grande do Norte, como qualquer outro estado brasileiro, enfrenta uma série de desafios e carências, que vão desde questões socioeconômicas, como a pobreza e desemprego, a desafios na educação, saúde e infraestrutura. Com uma taxa de desemprego que reflete as dificuldades econômicas e com indicadores sociais clamando por atenção, é imprescindível que o foco do debate político seja redirecionado para essas questões críticas.
O que se viu, contudo, foi um embate político reduzido a picuinhas, com reações exa cerbadas de partidários contra gestos políticos que, em um cenário ideal, seriam vistos como parte de um diálogo democrático saudável. Essas disputas ideológicas e pessoais desviam a atenção de temas mais relevantes e urgentes para o desenvolvimento do estado.
“Passadas as eleições, espera-se que a classe política potiguar una-se em torno de objetivos comuns para o bem-estar e progresso do povo”
Passadas as eleições, espera-se que a classe política potiguar, independentemente de inclinações partidárias, una-se em torno de objetivos comuns para o bem-estar e progresso da população. Essa é uma questão não apenas de vontade política, mas de espírito público, responsabilidade e amor à cidadania. Estamos vivenciando tempos estranhos, onde o egoísmo, o orgulho e a vaidade parecem sobrepujar a disposição para o trabalho conjunto e altruísta.
Os problemas do Rio Grande do Norte não são menores ou menos importantes que as discussões políticas nacionais. Pelo contrário, são imediatos e demandam uma atenção especial. Porém, isso requer um novo modelo de debate político, mais maduro, responsável e focado em soluções.
Onde estão os líderes que priorizam o bem comum, a integração de esforços e a visão de longo prazo? É preciso despertar desse sono anestesiante da politização sem propósito e trabalhar, efetivamente, pelos interesses da população. Só assim, Natal e o Rio Grande do Norte poderão superar seus desafios e trilhar um caminho de prosperidade e justiça social.
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