
A disputa pela próxima vaga a ser aberta no Supremo Tribunal Federal (STF), com a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski, está a todo vapor. A vaga de Lewandowski será uma das duas para as quais o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá nomear novos ministros do Supremo. A outra será aberta pela aposentadoria compulsória de Rosa Weber.
Os candidatos a essas vagas já têm se movimentado desde a vitória de Lula, quando se cogitou que Lewandowski pudesse ser convidado para algum cargo no governo.
O favorito para a vaga é o advogado de Lula na Lava Jato, Cristiano Zanin, de 47 anos, autor da ação que levou o Supremo a considerar suspeito o então juiz Sergio Moro.
Outros candidatos também estão na disputa. Entre eles, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas; Manoel Carlos, que foi assessor de Lewandowski no STF e do TSE; o ministro do Superior Tribunal de Justiça Luís Felipe Salomão; o criminalista Pierpaolo Bottini; e o advogado e professor de direito constitucional da PUC Pedro Serrano, do grupo Prerrogativas.
A disputa nos bastidores tem sido movimentada, com o uso de todos os recursos habituais da política. Já há até a acusação de que um dos candidatos esteja promovendo uma campanha de destruição de reputações dos adversários, que já ganhou entre eles o apelido de “gabinete do ódio”.
Os candidatos têm se encontrado com qualquer um que considerem ter poder de influência sobre Lula. Nessas conversas, tentam sondar o espírito do presidente e “se vender” como o melhor candidato. Mas outra parte da agenda tem sido dedicada a atacar os adversários – e, em alguns casos, a se defender.
Zanin é o alvo principal dos ataques, com rumores de que ele estaria ganhando “dinheiro demais” e já não teria mais interesse na vaga do Supremo. Além disso, circulou um PDF com a ordem de busca e apreensão realizada no escritórios de Zanin durante a operação “Sistema S”, que investigou suspeitas de recebimento de propina por juízes e advogados do então presidente da Fecomércio do Rio de Janeiro, Orlando Diniz.
Preocupado com a artilharia, o advogado de Lula já se encontrou com outros candidatos para firmar uma espécie de pacto de não-agressão: Manoel Carlos e Bruno Dantas.
Outro candidato, Pedro Serrano, tem sido acusado pelos colegas de fomentar os ataques e de montar “um gabinete do ódio” para atacar os adversários. Apesar da campanha ostensiva, Serrano nega ter relação com os ataques a candidatos ao Supremo.
A futura composição do STF ainda vai dar muito o que falar.
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