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PROFESSOR DA UFRN E CIENTISTA POLÍTICO DIZ QUE "FALTA RIGOR NAS PENAS DE QUEM ESPALHA NOTÍCIAS FALSAS"

Faltando duas semanas para o segundo turno das eleições presidenciais entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), as fake news ganham forças na batalha travada nas redes sociais.

E, nesse contexto, o uso das deepfakes – técnica onde é possível elaborar vídeos realistas em que pessoas aparecem fazendo e falando fatos que nunca fizeram ou disseram -, vem sendo aplicadas no pleito, com o objetivo de manipular conteúdo, distorcer informações e ameaçar a credibilidade do processo eleitoral.

Em entrevista ao AGORA RN, nesta segunda-feira 17, o professor da UFRN e cientista político Antônio Spinelli afirmou que as deepfakes são perversas e ferem a democracia. Ele ressaltou ainda que no caso da política, embora a Justiça Eleitoral tenha se empenhado em combater a prática, falta rigor nas penas e sanções aplicadas aos responsáveis por disseminar esse tipo de conteúdo.

“É preciso pensar em mecanismos novos de detecção dessas deepfakes, é preciso pensar também em condições mais severas para os que propagam isso” Antônio Spinelli Cientista político

“Porque quando você impõe pena mais severa, você inibe. Lembre-se da questão do uso do cinto de segurança. Quando a lei saiu as pessoas se recusavam, mas quando se viu que a punição era para valer (começou-se a respeitar). Então, veja que a punição é um elemento que pode contribuir bastante, nós precisamos adotar a punição e penas mais severas. Da mesma forma que as tecnologias digitais permitem a produção e difusão dessas deepfakes, elas permitem também isso seja rastreado, seja detectado e, portanto, os autores podem ser identificados. Então é preciso pensar em mecanismos novos de detecção dessas deepfakes, é preciso pensar também em condições mais severas para os que propagam isso”, defendeu.

De acordo com Antônio Spinelli, a manipulação de imagens e vozes de políticos para espalhar notícias falsas representa um perigo para a democracia, pois para “que os fatos chegam até a nós como eles realmente são, é absolutamente necessário, que o regime democrático se sustente, persista. Então, se você conta com essas informações falsas e, hoje elas estão disseminadas, a velocidade de circulação dessas informações é muito grande, elas replicam imediatamente pela internet e muita gente tem acesso”, enfatizou.

Segundo o cientista político, “o grande problema dessas deepfakes é que elas utilizam tecnologias digitais avançadas, falsificam a voz das pessoas e com isso passa para um público muito amplo como se fosse verdade. Agora, a grade eficácia não está apenas na nesta questão do uso de tecnologia, claro que sem as tecnologias digitais esse tipo de fake não existiria, mas o problema é que há um público que é previamente receptivo, há uma atitude de recepção e crença. Então, você é militante de um determinado partido ou é adepto de um determinado candidato e se você não tem uma consciência crítica bem definida, você ingere essas coisas, né? Mais do que ingere, você engole e acredita. Então, o efeito que isso tem é um efeito com um potencial ofensivo muito grande, porque distorce a realidade e isso está acontecendo em larga escala em nosso país”, disse.

“Então, o efeito que isso tem é um efeito com um potencial ofensivo muito grande, porque distorce a realidade e isso está acontecendo em larga escala em nosso País” Antônio Spinelli, Cientista político

De acordo com Antônio Spinelli, o fenômeno das deepfakes podem impactar as mais diversas classes sociais, desde trabalhadores, com nível de renda relativamente baixa e nível de instrução formal baixos a setores da população que são “supostamente mais formados também são vulneráveis a esse tipo de manipulação e, o senso crítico não depende necessariamente nem exclusivamente de instrução formal, pois mesmo pessoas com nível de instrução formal relativamente baixo, digamos assim, conseguem formar o senso crítico”.

E CONTINUOU:

 “diria que está nas pessoas a possibilidade das deepfakes exercer influência, ser eficaz ou não. Mas é claro que as pessoas estão sujeitas a influência de lideranças, as lideranças todo mundo tem, tem admiração por alguma pessoa, político, religioso, líder empresarial ou comunicador de marcas e entre outros. Então, há toda uma interação com as outras instâncias também. A recepção das deepfakes é muito complexa, não podemos imaginar que essas pessoas não tenham repertório cultural. Elas têm também uma cultura e um repertório. É preciso apostar essa possibilidade de que as famílias hoje resistam criticamente”, pontuou.

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