Ao longo da história algumas cidades do Rio Grande do Norte mudam de nome, ou, pelo menos, há quem tente mudar o nome delas. Como foi o caso de Parnamirim que uma vez mudou para “Eduardo Gomes” ou de Campo Grande que quase virava “Augusto Severo”.

Muitas vezes essa mudança acontece ao bel prazer de figuras políticas locais, como uma espécie de “auto-marketing”, contrariando as tradições e da cultura do povo do lugar.
Foi o que aconteceu com Caicó em janeiro de 1932. Alguém, não se sabe quem, teve a ideia de mudar o nome da cidade de Caicó, que fica a 282 km de Natal (RN), para Amaro Cavalcanti.
Mas os caicoenses e as autoridades locais viram essa proposta com maus olhos, e o caso repercutiu até na imprensa no Rio de Janeiro, que na época era a Capital Federal do Brasil. O fato é que essa mudança não foi pra frente.
Mas quem foi Amaro Cavalcanti?

Amaro Cavalcanti nasceu no sítio Logradouro, hoje conhecido como Três Riachos, não muito longe da sede do município de Jardim de Piranhas.
Estudou direito nos Estados Unidos e no retorno ao Brasil, entre outras atividades exerceu em momentos distintos os cargos de Ministro das Relações Exteriores e da Fazenda, Ministro do Supremo Tribunal Federal e de prefeito do Rio de Janeiro, onde até hoje uma grande avenida leva seu nome.
E de onde vem o nome Caicó?

Existem várias versões sobre a origem e adoção do nome do município de “Caicó”. No dicionário da língua tupi-guarani, Lemos Barbosa diz que a palavra Caicó deriva da língua cariri e que significa “mato ralo”. Acredita-se que a região fosse habitada pelos índios caiacós, da família dos cariris e que os mesmos denominaram a região de Cai-icó, que significaria “macaco esfolado” por causa dos serrotes pelos quais a vegetação era desmatada.
Segundo o pesquisador Olavo de Medeiros Filho, o topônimo vinha de uma ave “agourenta”, comedora de cobras e que havia em abundância no curso d’água que passava próximo a casa-forte do cuó, chamado rio Acauã. Os topônimos “acauã” e “cuó” seriam sinônimos, sendo a primeira forma em tupi e a segunda em tarairiu e ambas as formas designavam o pássaro que dava nome ao rio e à região. Considerando a partícula “quei” como sendo “rio”, rio Acauã seria o mesmo que “Queicuó”, posteriormente Caicó.
Outra versão é defendida por Câmara Cascudo, que refere sua gênese a partir dos termos “Acauã” e “Cuó”, que servem à designação de acidentes geográficos (rio e serra, respectivamente). “Acauã” pertence à língua Tupi e “Cuó”, ao dialeto dos tapuias e tarairius. Tais tribos ainda identificavam o rio pelo termo “quei”, o que sugere que Caicó seja uma corruptela de “Queicuó”, o mesmo que rio do Cuó. Tal teoria desmistifica a lenda que relata a existência de uma tribo chamada caiacós (citada anteriormente), pois não há registro histórico que comprove a existência dessa tribo na região.
Depois de tudo isso, Caicó hoje possui um fórum local que se chama Fórum Municipal Amaro Cavalcanti, na rua Dom Adelino Dantas.
DO BLOG: O prédio do antigo Fórum Municipal foi construído na gestão do prefeito Inácio Bezerra, e era localizado onde hoje funciona a Câmara de Vereadores de Caicó. O prédio do Fórum mudou, mas o nome em homenagem a Amaro Cavalcante, continua.
A proposta para o nome do prédio da justiça em Caicó, foi do jovem advogado Ridalvo Costa, que era vice-prefeito do município e que presidia o legislativo caicoense.
Ridalvo Costa, foi juiz e posteriormente Desembagador, sendo o primeiro presidente do Tribunal Regional Federal, em Recife. Ridalvo Costa é irmão do deputado Vivaldo Costa, e do ex-deputado Dadá Costa e do ex-prefeito Bibi Costa, além do Conselheiro do TCE, Tarcísio Costa.
Comentários
Postar um comentário