Há 80 anos, em 30 de abril de 1945, entre 15h e 16h, Adolf Hitler (56 anos) cometia suicídio em seu bunker, em Berlim, por arma de fogo e também envenenamento por cianureto. Sua noiva Eva Braun (33 anos), com quem havia se casado pouco antes do suicídio, o acompanhou na morte ingerindo cianureto. Seus corpos foram levados até a saída de emergência do bunker, colocados no jardim atrás da Chancelaria do Reich onde foram encharcados de gasolina e queimados.
Todo esse procedimento era para evitar que os corpos caíssem nas mãos dos soviéticos. Jornal “The Stars and Stripes”, Estados Unidos, em edição extra de 2 de maio de 1945, anuncia a morte de Hitler.
Os últimos dias de Hitler
Desde 16 de janeiro de 1945, Hitler se mudara para o Führerbunker onde passou a residir e a se reunir com seus altos oficiais. Ali ele acompanhou a rápida desintegração do Terceiro Reich frente os avanços dos Aliados nas duas frentes, leste e oeste.
Sua doença também evoluiu rapidamente deixando-o enfraquecido e cada vez mais desleixado em seus trajes, sofrendo perdas de memória e incapaz de se concentrar. Havia anos que ele sofria do mal de Parkinson, além de distúrbios gástricos e insônia crônica.
Com paranoia crescente, Hitler perdeu o sentido de realidade dando ordens impossíveis de serem obedecidas como, por exemplo, deslocar tropas que não existiam mais.
Sua última aparição pública foi em 20 de abril, dia de seu aniversário, quando condecorou alguns membros da Juventude Hitlerista.
Em um pronunciamento na rádio, Joseph Goebbels esforçou-se por manter o otimismo das tropas e da população alemã anunciando: “A Alemanha é e continua sendo o país da lealdade. […] A história nunca pode dizer que nesse momento crucial um povo abandonou seu líder, nem que um líder abandonou seu povo. Esta é a vitória!” Dois dias depois, diante das notícias de derrota iminente, Hitler teve uma explosão de raiva sem precedentes.
Nesse momento, teria afirmado a sua vontade de cometer suicídio. No final de abril, as forças soviéticas tinham entrado em Berlim e começaram a avançar em direção ao centro da cidade onde estava a Chancelaria. A notícia da execução de Benito Mussolini, seu aliado, na Itália, perturbou ainda mais Hitler confirmando sua vontade de cometer suicídio para não ter um destino semelhante.
Pediu aos seus oficiais que destruíssem seu corpo para evitar qualquer exposição e humilhação pública.
A ocultação dos restos mortais
A cremação foi assistida por um grupo de oficiais, entre os quais estava Joseph Goebbels, ministro de Propaganda da Alemanha nazista. Parados junto à porta do bunker, eles ergueram os braços em saudação ao Füher.
Goebbels e sua esposa Magda seguiram o mesmo caminho: suicidaram-se depois de terem matado, por envenenamento, seus seis filhos, entre 5 e 13 anos de idade.
Os corpos de Hitler e Eva, contudo, não ficaram complemente queimados e uma segunda queima foi necessária. Mas ela precisou ser interrompida com o intenso bombardeio que a artilharia soviética despejou sobre Berlim no final daquela tarde de 30 de abril e durante a noite.
A Chancelaria ficou totalmente destruída. As tropas soviéticas chegaram ao jardim da Chancelaria aproximadamente às 23h, cerca de 7 horas ou 8 horas após a morte de Hitler. Os soviéticos vasculharam toda a área à procura dos restos queimados. Entre os dias 2 e 5 de maio, foram encontrados os restos carbonizados de Hitler, Eva, Goebbels e sua família, além dos cadáveres de dois cachorros que poderiam ser de Blondi e seu filhote Wulf, cães de estimação de Hitler.
Os restos mortais foram levados pelos soviéticos que lhes deram enterros sucessivos, sempre mantendo sigilo. Por razões políticas, a União Soviética, por décadas, não reconheceu que estava com os restos mortais e chegou a apresentar diferentes versões do destino de Hitler. Afirmou, inclusive, que ele não estava morto, mas havia fugido sob proteção dos Estados Unidos e até do papa! A figura de Hitler acabou servindo, no contexto da Guerra Fria, para a propaganda anticapitalista da União Soviética.
*Aventuras da História
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