O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União), não quer entrar na disputa de egos pela cabeça de chapa da oposição em 2026. Reeleito com quase 80% dos votos, liderando pesquisas para o Governo do Estado, ele evita alimentar especulações sobre candidatura e propõe uma inflexão no modo como a política é tratada no RN: “Será que o nosso Estado vai ficar a vida toda discutindo nomes e nomes e não discutir um plano de desenvolvimento?”.
Allyson frisou que seu mandato como prefeito segue até 31 de dezembro de 2028 e que a prioridade é discutir os problemas reais da população. Para ele, a pauta que deveria unir lideranças políticas é o futuro do RN, com foco em áreas como saúde, educação, infraestrutura e economia. “O povo está muito mais preocupado se a nossa educação um dia vai se parecer com a do Ceará, se as estradas vão se parecer com as da Paraíba, se a saúde vai melhorar”, afirmou, em entrevista à 96 FM, nesta quarta-feira 10.
Sem se colocar diretamente como candidato, ele disse estar pronto para participar da construção de um projeto coletivo. “Eu quero discutir um projeto. Sou prefeito da segunda maior cidade do RN. Tenho a obrigação de contribuir, de sentar com prefeitos, com parlamentares, e debater ideias. Mas isso se faz em grupo, e não apontando nomes individuais nas redes ou na imprensa”.
No campo político, o nome de Allyson é tratado com seriedade por partidos da oposição. O senador Rogério Marinho (PL), também cotado para a disputa, já admitiu publicamente que apoiaria o prefeito mossoroense, caso ele seja o nome de consenso. José Agripino Maia, presidente do União Brasil, partido de Allyson, defende a construção de uma frente ampla, que inclua ainda o ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos).
Por outro lado, o campo governista já se articula para lançar o secretário estadual da Fazenda, Carlos Eduardo Xavier (PT), como nome de continuidade da gestão Fátima Bezerra (PT), com apoio do vice-governador Walter Alves (MDB). O próprio Carlos Eduardo e o chefe da Casa Civil, Raimundo Alves, declararam publicamente que não há espaço para Allyson no palanque da esquerda, o que, para o prefeito, não é surpresa nem motivo de ressentimento.
“Eu até concordo com eles. Como é que eu vou fazer a defesa de um Estado que tem os piores índices de educação do país? Eu estou aqui entregando ciclovia, rodovia iluminada, complexo viário. A nossa realidade é outra”, salientou.
Allyson repetiu diversas vezes que não quer ser envolvido no jogo de vaidades políticas e que defende uma coalizão propositiva. “Tem que chamar prefeitos para o debate. Tem que ouvir quem está nas cidades, onde a vida realmente acontece. O Estado é um conjunto de cidades, não um mapa pendurado na parede”, disse.
Para ele, é necessário um plano que envolva todos os setores produtivos, especialmente os que impulsionam o interior. “O melão de Mossoró é uma das únicas frutas do Brasil autorizadas a entrar na China. A fruticultura, as universidades, o turismo, tudo isso precisa entrar no debate de desenvolvimento. E não vai ser brigando por espaço que a oposição vai convencer ninguém”.
Ele não rejeita composições e defende que o grupo converse com maturidade. “Quem estiver de acordo com o que está aí, tudo bem. Mas quem não estiver, como eu, precisa sentar e conversar”, garantiu.
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