O dia 24 de fevereiro marcou o aniversário da conquista do voto feminino no Brasil. Em 1932, o direito ao voto foi oficialmente garantido às mulheres por meio do Código Eleitoral, após anos de mobilização por igualdade política.
No entanto, a história desse avanço começou antes, no Rio Grande do Norte, onde duas potiguares protagonizaram marcos importantes no cenário político nacional.
Em 1927, Celina Guimarães tornou-se a primeira mulher da América Latina a se registrar como eleitora e a exercer o direito ao voto. Nascida em Mossoró, Celina entrou para a história ao oficializar seu alistamento eleitoral em um contexto em que a participação feminina nas urnas era proibida em praticamente todo o país. Sua inscrição foi possível devido a uma brecha na legislação estadual potiguar, que não especificava o gênero dos eleitores.
Pouco tempo depois, o Rio Grande do Norte voltou a ocupar o centro das atenções políticas ao eleger Alzira Soriano como a primeira prefeita da América Latina em 1928. Com 60% dos votos válidos, Alzira assumiu a administração do município de Lajes, tornando-se a primeira mulher a comandar uma prefeitura em um período em que poucas mulheres exerciam cargos políticos. Durante sua gestão, Alzira promoveu obras de infraestrutura, abriu estradas e melhorou a iluminação pública da cidade.
A trajetória de mulheres potiguares na política também inclui o nome de Maria do Céu Fernandes. Aos 24 anos, ela foi eleita a primeira deputada estadual do Rio Grande do Norte por voto direto. Seu mandato, porém, foi cassado durante o Estado Novo após se opor às ideias autoritárias do governo.
As homenagens a essas pioneiras foram relembradas por políticos potiguares em publicações recentes nas redes sociais.
Apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta desafios quanto à representatividade feminina na política. Atualmente, as mulheres ocupam cerca de 18% das cadeiras na Câmara dos Deputados e 15% no Senado, números que ainda estão distantes da paridade de gênero.
No Rio Grande do Norte, as homenagens às pioneiras potiguares continuam a destacar a importância da participação feminina no fortalecimento da democracia.
Comentários
Postar um comentário