Foto: Evaristo Sá/AFP
Diferença entre avaliação positiva e negativa do governo Lula caiu 16 pontos percentuais em um ano, indica Ipec
Em mais um sinal de alerta para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a avaliação positiva da atual gestão federal atingiu seu menor patamar desde o início do terceiro mandato do petista, segundo nova pesquisa Ipec divulgada nesta sexta-feira.
De acordo com o levantamento, 33% dos brasileiros consideram a gestão de Lula ótima ou boa — cinco pontos percentuais a menos que o registrado em dezembro, na sondagem anterior, e oito a menos na comparação com março do ano passado.
Outros 33% consideram o governo regular (eram 30% na última pesquisa) e 32% o avaliam como ruim ou péssimo (eram 30%). Ainda segundo o Ipec, 3% não souberam ou quiseram responder.
A distância entre quem avalia positivamente e negativamente o mandato de Lula passou de 17 pontos para apenas um ponto no último ano.
Os dados mostram que o recuo na percepção de que o governo é ótimo ou bom foi maior no perfil do eleitorado que escolheu o presidente em 2022. Entre os que declararam voto no petista, o índice passou de 69% para 61%.
As variações mais significativas na avaliação positiva foram registradas entre brasileiros com renda mensal de até um salário mínimo (de 51% para 39%) e entre moradores do Nordeste (52% para 43%), tradicional reduto de Lula.
Entre as mulheres, outro eleitorado que preferiu o atual presidente, a queda foi de sete pontos, para 33%. Recuo semelhante ocorreu entre moradores do Sudeste, região mais populosa do país: os que veem o governo como ótimo ou bom caíram de 37% para 30%.
Já a oscilação na avaliação negativa da gestão ficou dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais para mais ou menos. Ainda assim, a fatia dos que consideram o governo federal ruim ou péssimo atingiu numericamente o maior índice. Em março de 2023, mês da primeira pesquisa, esse percentual era de 24%, enquanto 41% consideravam o governo ótimo e bom.
Barreiras mantidas
A pesquisa aponta também que a avaliação negativa do governo segue com maior predominância entre quem declara ter votado em Jair Bolsonaro (63%), quem tem renda mensal familiar superior a cinco salários mínimos (45%), moradores da região Sul (42%) e evangélicos (41%).
Os pesquisadores também questionaram os entrevistados sobre como avaliam a maneira do presidente Lula governar. O levantamento aponta que 49% aprovam seu trabalho, grupo que somava 51% em dezembro.
Outros 45% desaprovam (eram 43%) e 6% não sabem ou não responderam. Em relação a dezembro, a desaprovação do presidente cresceu especialmente entre quem tem renda familiar mensal de até um salário mínimo, de 27% para 36%, embora ainda predomine uma visão mais favorável sobre Lula.
Já o percentual dos que responderam que confiam no presidente caiu na rodada mais recente. Em março deste ano, 45% afirmaram confiar em Lula, contra 48% em dezembro. Outros 51% disseram não confiar no petista (eram 50%) e 4% declararam não saber ou não responderam (eram 3%). O Ipec destaca recuo da confiança no presidente entre moradores de municípios com mais de 500 mil habitantes. O índice passou de 49% para 41%.
Outro alerta é que a proporção de brasileiros que dizem que o governo está pior que o esperado chegou a 38% e se distanciou do percentual dos que apontam que a gestão é melhor (30%). Houve uma inversão desde setembro, quando o primeiro grupo somava 31% e o segundo, com visão mais positiva, era 35%.
O Ipec também aponta que, para 43% dos eleitores, a administração está no caminho certo, enquanto 50% disseram que está no direcionamento errado. A maioria da população aposta que o presidente terá mais dificuldade na relação com o Congresso (59%).
A pesquisa foi realizada pelo instituto entre os dias 1º e 5 de março e entrevistou presencialmente dois mil eleitores em 130 municípios. O nível de confiança é de 95%.
O Globo
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