Conhecida como Lourdinha Lyra, a empresária alagoana Maria de Lourdes Lyra entrou com queixa-crime contra a irmã Thereza Collor, acusando-a de calúnia e difamação em razão de entrevistas concedidas pela ex-esposa de Pedro Collor. Conforme o texto da ação, trata-se de mais um capítulo da “guerra” que Lourdinha trava com os irmãos pela herança deixada pelo pai, o ex-deputado federal João Lyra, que já foi considerado o mais rico do país.
Lourdinha foi indicada como responsável pela administração do patrimônio do pai desde que ele ficou com a saúde debilitada. O ex-deputado morreu em 2021, aos 90 anos, em consequência da Covid-19. A empresária tem cinco irmãos e quatro dizem ter perdido a confiança nela. As informações são de Carlos Madeiro, colunista do UOL.
Empresas em crise
À época da morte de João Lyra, as empresas da família passavam por crises econômicas. Logo após a morte do ex-deputado, Lourdinha foi designada como inventariante e ingressou como parte no processo da massa falida da Laginha Agro Industrial S/A, um conjunto de usinas em Alagoas e Minas Gerais. A falência deu início a uma saga judicial que chegou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) como o maior processo de falência do país.
A Laginha era a empresa mais valiosa do antigo grupo João Lyra e, por anos, foi a marca do poder do empresário em Alagoas. Em 2017, estava avaliada em R$ 1,9 bilhão (cerca de R$ 2,7 bilhões em valores atuais). Atualmente, parte da área em Alagoas está ocupada por sem-terra, que lutam pela desapropriação para reforma agrária.
Conforme a queixa-crime registrada por Lourdinha, “no bojo do processo judicial, em torno da massa falida, travou-se uma verdadeira guerra entre alguns dos herdeiros do ex-parlamentar e a senhora Maria de Lourdes”.
Briga entre irmãos
Desde o início do processo da Laginha, quatro irmãos já pediram na Justiça a retirada de Lourdinha da função de inventariante. Coube a Thereza Collor ir à imprensa fazer acusações.
Em entrevista à revista Veja, em julho de 2023, Thereza afirmou que a gestão de Lourdinha não tinha preparo e estaria impondo “custos astronômicos” com contratos de processo de longa duração “na contramão do que deve ser a falência”.
“Também são preocupantes as ligações profissionais e econômicas entre os assessores jurídicos e financeiros. Com a perpetuação da falência, os credores são prejudicados, e somente os assessores ganham”, afirmou Thereza Collor.
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