A direita natalense tem mais um pré-candidato a prefeito de Natal: o deputado federal Sargento Gonçalves (PL). O parlamentar é do mesmo partido do também deputado General Girão, que assumiu a pré-candidatura ao Palácio Felipe Camarão em maio deste ano, embora não venha conseguindo um bom desempenho nas pesquisas de intenção de voto
Em entrevista ao AGORA RN nesta sexta-feira 1º, o policial militar Sargento Gonçalves criticou a postura do general e colega partidário pelo fato de Girão ter lançado seu nome para a disputa sem sequer consultar os integrantes do PL. O parlamentar ainda levantou dúvidas sobre a real intenção do general ao lançar sua pré-candidatura.
“Eu não sei qual é a do general, se realmente ele quer ser candidato. Ele vai ser candidato realmente? Ou ele está segurando? Nem faz pré-campanha, não se movimenta para crescer nas pesquisas, se lançou e não busca se viabilizar. Se ele se viabilizar, eu não tenho dificuldade nenhuma de recuar, isso é um compromisso meu, inclusive”, garante.
Em tom de desabafo, o parlamentar revelou que em 2022 Girão sequer queria que o nome de Gonçalves fosse incluído na nominata do PL, para não “dividir a direita”.
Ainda segundo o PM, em maio passado, durante uma conversa entre ele, General Girão Robinson Faria e Rogério Marinho, Gonçalves falou sobre a necessidade de o PL ter candidatura própria em Natal em 2024 e colocou o próprio nome à disposição do partido. Ele deixou claro, no entanto, que se o general tivesse a intenção de ser pré-candidato, o sargento não teria dificuldade nenhuma em apoiá-lo.
“Calado estava, calado ele [Girão] ficou. Quando passou dois dias ele lançou a pré-candidatura dele, sem fazer uma ligação para mim, sem conversar comigo sobre o assunto, sem dizer que tinha intenção. Não havia necessidade dessa postura dele e talvez isso seja o que está realmente dificultando o crescimento dele nas pesquisas. Então a gente não pode ficar assistindo de camarote o tempo passar”, frisou o PM.
“O sentimento que eu tenho é que tá marcando passo – no meio militar ‘marcando passo’ é ficar marchando parado – para impedir que outra pessoa passe. E aí não é justo, não é comigo, é com a direita de Natal, porque não se cria um sentimento de que nós temos realmente uma pré-candidatura do PL”, ressaltou.
Gonçalves nega que tenha conversado sobre sua pré-candidatura com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Mas ele afirma que falaram sobre a necessidade de o PL ter candidato a prefeito em Natal.
Já com o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, Gonçalves dialogou sobre ser pré-candidato, bem como com o presidente do PL-RN, senador Rogério Marinho. Segundo o deputado, Rogério afirmou que iria colocar o nome dele para ser avaliado nas pesquisas internas.
Na avaliação de Gonçalves, o fato dele lançar-se como pré- -candidato não racha a direita em Natal, embora os dois pré- -candidatos sejam do mesmo partido e sejam dois representantes do bolsonarismo na capital potiguar.
“Não, tá não. Por que rachando [a direita]? O nome já diz: é pré-candidatura, não é candidatura. Eu não estou dizendo que eu vou ser candidato a pau e fogo, que eu vou sair do PL para ir para outro partido e ser candidato. Eu estou dizendo que estou colocando o nome à disposição”, argumenta.
Ele acrescenta que colocar o nome à disposição dos natalenses é uma forma de o PL e a direita testar mais um pré-candidato e avaliar, mais à frente, quem é mais competitivo para uma disputa majoritária.
“Eu entendo que nós não podemos cometer esse erro de deixar a esquerda ocupar ou permanecer mais do mesmo, porque um Carlos Eduardo para mim é mais do mesmo. Hoje o jogo está ali entre Natália e Carlos Eduardo, que para mim é a mesma coisa”, declarou.
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