Deputados e senadores avaliaram como insuficiente o valor estipulado pelo governo do presidente Luiz Inácio da Silva para o fundo eleitoral, reserva que é utilizada para financiamento público das campanhas. O projeto de Lei Orçamentária Anual traz uma previsão de cerca de R$ 1 bilhão para financiar as candidaturas a prefeito e vereador emm 2024. Ao GLOBO, parlamentares preveem o aumento desse montante pelo Congresso Nacional.
Mesmo entre aliados de Lula, a avaliação é que o valor reservado pelo governo deve ser alterado. No ano passado, o fundo eleitoral ficou em torno de R$ 5 bilhões.
O líder do PSD no Senado, Otto Alencar (BA), disse que, embora pareça um valor alto, o volume não atende à quantidade de candidaturas que deverão ser lançadas no ano que vem.
O vice-líder do governo na Câmara, Jonas Donizette (PSB-SP), lembrou que as eleições municipais concentram mais candidatos do que as eleições gerais, quando se escolhe presidentes, governadores, senadores e deputados.
A proposta enviada ontem pelo governo ainda passará por discussão no Congresso e só deverá ser votada em dezembro. A exemplo do que fez Jair Bolsonaro no orçamento de 2022, ao estabelecer um valor abaixo de anos anteriores, Lula transfere aos parlamentares o ônus político de aumentar o gasto com campanhas eleitorais.
Líder partidários avaliaram ainda, sob reserva, que deixar o valor abaixo do necessário seria uma jogada do governo Lula para não ficar com uma imagem ruim diante da população. Dessa forma, a culpa pelo aumento do fundo eleitoral fica com os parlamentares.
O Globo
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