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No Equador, as urnas foram fechadas e começaram a ser apuradas no fim da tarde de domingo (20), às 17h (19h, horário de Brasília), após um dia de votações com segurança reforçada em todo o país.
Segundo a agência Associated Press, os candidatos Luisa González e Daniel Noboa Azin devem disputar o segundo turno. Às 3h52 (horário de Brasília), com 91% das urnas apuradas, González e Azin lideravam a votação para presidente com 33% e 23% dos votos, respectivamente.
A chapa de Fernando Villavicencio, candidato assassinado durante um comício eleitoral, aparecia em terceiro lugar, com 16% dos votos.
Ainda segundo a Associated Press, o segundo turno está marcado para 15 de outubro, mas o vencedor dessas eleições receberá as credenciais do governo em 30 de novembro, de acordo com o cronograma do órgão de governo eleitoral.
A campanha eleitoral deste ano foi marcada pelo assassinato de Fernando Villavicencio, um dos candidatos à presidência, na quarta-feira (9), e por outros episódios de violência. Christian Zurita, que substituiu a candidatura de Villavicencio, compareceu à seção eleitoral com forte esquema de segurança, usando um capacete e colete de proteção.
As autoridades mobilizaram mais de 100 mil policiais e soldados para proteger a votação. O general Fausto Salinas, comandante-geral da Polícia Nacional, disse que uma pessoa foi presa por voto falso, duas por assédio e resistência à prisão e mais de 20 por porte ilegal de armas.
Ainda assim, a principal autoridade eleitoral do país, Diana Atamaint, informou que nenhum incidente violento afetou os centros de votação e caracterizou a eleição como “pacífica e segura” após o fechamento das urnas.
Segundo as autoridades, uma página da internet criada para equatorianos que vivem no exterior votarem sofreu ataques cibernéticos, mas a integridade dos votos não foi afetada pelo problema.
“A plataforma online sofreu ataques cibernéticos que afetaram a fluidez do acesso à votação. Esclarecemos e ressaltamos que os votos registrados não foram violados”, afirmou Atamaint.
Quem são os candidatos
Luisa Gonzalez
Luisa Gonzalez, uma advogada de 45 anos, prometeu restaurar os programas sociais implementados por Rafael Correa. Ela faz campanha relembrando as políticas populares de saúde e educação de Correa e afirma que planeja “recuperar a pátria”.
Gonzalez liderava as pesquisas com cerca de 30% de intenção de voto, embora nenhuma pesquisa tenha sido feita após o assassinato de Villavicencio. Ela nega que perdoaria Correa, condenado por corrupção.
Daniel Noboa
Ex-deputado e empresário, tem 36 anos. Na Assembleia, foi presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, que tramitou diversos projetos de lei nas áreas econômica, tributária e de investimentos.
Na quinta-feira (17), o candidato afirmou que um tiroteio interrompeu uma carreata dele na cidade de Durán. A polícia do país negou que o acontecimento tenha sido um atentado contra a vida do presidenciável.
Yaku Perez
Perez, um ambientalista indígena, ficou em terceiro lugar na eleição de 2021. Ele tem como proposta o combate às mudanças climáticas e tornar a agricultura, não o petróleo, a base econômica do Equador.
Ele é contrário à exploração de petróleo na Amazônia e à mineração em florestas próximas. Com 54 anos, promete melhorar programas sociais e segurança.
Otto Sonnenholzner
Empresário e economista de 40 anos, Sonnenholzner busca trazer “paz, dinheiro e progresso”. Sua passagem como vice-presidente do ex-presidente Lenin Moreno pode afetar sua imagem de um político que busca renovação.
Ele afirma que suas prioridades são segurança, empregos por investimento privado e crescimento sustentável.
Jan Topic
Topic, um empresário de 40 anos, é outro que promete focar seus esforços como presidente na segurança, inspirado em Bukele de El Salvador.
Ele defende usar tecnologia para combater o crime. Ele não tem experiência política e tenta se distanciar de acusações de abusos aos direitos humanos de Bukele.
Christian Zurita
O candidato original dessa chapa era Fernando Villavicencio, que foi assassinado. Zurita, que era jornalista, afirma que vai lutar contra a corrupção e fortalecer a polícia.
Assim como Villavicencio, ele e Rafael Correa são adversários.
Xavier Hervas
Hervas é um empresário ligado ao setor agroindustrial. A campanha dele usa a sigla “SOS”, para “Segurança”, “Obras” e “Saúde”.
Bolívar Armijos
O candidato é presidente do Conselho Nacional de Governos Paroquiais do Equador, ligado ao meio rural.
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