Recentes declarações dos chefes da família Bolsonaro mostram que o clã enfrenta problemas graves, para além dos processos judiciais e das disputas políticas.
Carlos Bolsonaro estaria em crise existencial, enquanto o pai alega que tem agido sob influência de forte medicação e que se sente responsável por seus atos. Veja os casos
Não fui eu, foi a morfina
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alegou à Polícia Federal que ele estava sob efeito de remédios quando compartilhou um vídeo com informações falsas que questionam o resultado da última eleição, e que a intenção era enviar o vídeo pelo WhatsApp, e não publicá-lo no Facebook. O post foi apagado cerca de duas horas depois de ser divulgado. Após a publicação, Bolsonaro se tornou alvo de um inquérito que apura os responsáveis pelos atos golpistas de 8 de janeiro, sendo investigado como um dos autores intelectuais e instigador dos atos.
Segundo Fabio Wajngarten, ex-ministro e advogado de Bolsonaro, o ex-presidente estava medicado e repudiou os protestos violentos ocorridos em Brasília. Os advogados alegam que foi um equívoco na hora de salvar o arquivo para assistir posteriormente, e que Bolsonaro foi avisado do erro e apagou o post. A defesa reforça que a postagem no Facebook por meio do celular ocorre com “meros dois cliques”. O processo é relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A publicação do vídeo com informações falsas levou a uma investigação sobre a conduta de Bolsonaro e seu possível envolvimento nos atos golpistas. Com as alegações da defesa sobre o estado de saúde do ex-presidente, resta aguardar os desdobramentos das investigações.
“Não acredito mais no que me trouxe até aqui”
O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), também conhecido como Zero Dois, anunciou no Twitter que não cuidará mais das contas do pai, o presidente Jair Bolsonaro, nas redes sociais. Carlos afirmou que se sente tratado como “um rato”, sem especificar por quem. Ele escreveu de maneira cifrada sobre sua decisão: “Difícil ficar sozinho anos e ser tratado de modo que nem um rato mereceria”, “Não acredito mais no que me trouxe até aqui”, “Não sairei sem avisar”.
Carlos Bolsonaro ajudou o pai a se eleger presidente em 2018 e, desde então, cuidava das redes sociais dele e era dono das senhas. Segundo informações, Carlos passou 141 horas no gabinete pessoal do pai entre outubro de 2019 e junho de 2021. Ele também foi acusado de ser o chefe do Gabinete do Ódio, responsável por disseminar notícias falsas durante o governo Bolsonaro.
A decisão de Carlos levanta questionamentos sobre sua real disposição de sair de cena e mudar de vida ou se é apenas uma jogada para chamar a atenção do pai. Carlos é sujeito a crises, e seu relacionamento com o presidente não é fácil. O vereador nunca gostou de política e só se candidatou a vereador em 2000 aos 17 anos para impedir a reeleição de sua mãe.
Carlos Bolsonaro é investigado pelo Ministério Público Federal no caso das rachadinhas e citado no inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal sobre os atos hostis à democracia.
Do Blog do Girotto
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