Que Café Filho foi grande amigo e sucessor de Vargas a maioria já sabe; o que muitos não sabem é que foi um potiguar de grande prestígio também junto à população, já que estudando advocacia passou a atuar em defesa dos trabalhadores, principalmente aqueles tecelões, estivadores e pescadores aqui de Natal e região.
Devido a sua explícita oposição, principalmente através de seu próprio Jornal “Jornal do Norte”, às condições desiguais que os trabalhadores viviam foi muito perseguido pelas oligarquias dominantes que armavam um futuro golpe.
Para não ficar pra trás ainda na política, em Natal se candidatou a vereador, participou depois da Aliança Liberal, fundou um partido — o “Partido Social Nacionalista”.
Mesmo sendo contra o golpe e defendendo as camadas mais pobres, não queria se comprometer com o “lado comunista” da coisa, já que foi convidado ainda a se integrar a Aliança Nacional Libertadora, liderada por Prestes, uma frente política de oposição ao fascismo, latifúndio e imperialismo, e acabou por negar.
Café Filho chegou mesmo a ser preso durante o Estado Novo, que se ergueria a partir dos desmandos do presidente Vargas — de quem seria vice anos depois.
Além de progressista, João Fernandes Café Filho já era muito reconhecido por ter sido o primeiro goleiro do Alecrim, clube de futebol que ele mesmo ajudou a fundar durante a grande efervescência da rivalidade entre os maiores clubes de Natal da época, América e ABC.
Ser o primeiro presidente do Brasil a ter sido jogador profissional é sem dúvida algo inusitado, mas uma síntese que não deveria ser rara no país que se diz do futebol. Essa credencial, portanto, pertence a um potiguar, Café Filho.
Do Blog do Girotto
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