Foto: Cristiano Mariz
A PGR (Procuradoria-Geral da República) vai analisar na próxima quarta-feira, 3, na volta do feriado prolongado, as suspeitas de rachadinha no gabinete do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), ex-presidente do Senado e hoje comandante da poderosa CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Augusto Aras informou que buscará obter dados para complementar os depoimentos e documentos apresentados em reportagem exclusiva da edição de VEJA desta semana.
A coleta inicial de provas costuma ser feita em uma apuração preliminar, chamada de notícia de fato, instaurada na própria PGR. A partir dela, o procurador-geral decide se pede ao Supremo Tribunal Federal a abertura de um inquérito contra o parlamentar ou se arquiva o caso.
A reportagem de VEJA ouviu seis mulheres, moradoras da periferia do Distrito Federal, que foram contratadas como assessoras do gabinete de Alcolumbre no Senado, entre 2016 e 2021, mas nunca trabalharam. Todas afirmaram que deixavam a maior parte do salário com o gabinete do senador. “Meu salário era acima dos 14.000 reais, mas eu só recebia 900 reais. Eles ficavam até com a gratificação natalina. Na época, eu precisava muito desse dinheiro. Hoje tenho vergonha disso”, revelou uma delas, a estudante Erica Almeida Castro, 31 anos.
Alcolumbre disse que não cuida de questões administrativas, como a contratação de funcionários, que ficava a cargo de seu ex-chefe de gabinete, exonerado em 2020. O senador também afirmou que ninguém estava autorizado a ficar com os salários das servidoras.
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