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PRESIDENTE ACIRRA TOM DE DECLARAÇÕES


Da Folha de S.Paulo

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem mesclado uma agenda tipicamente populista, como jogos de futebol e passeios por locais públicos nos finais de semana, em meio a uma radicalização nas declarações, surpreendendo inclusive assessores próximos.
Segundo pessoas próximas ao presidente, um dos fatores que o levaram a acirrar o discurso sobre diversos assuntos foram as críticas à indicação de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), como embaixador do Brasil nos EUA.
Já a agenda mais populista é vista por aliados como uma estratégia pensada pela equipe de comunicação do presidente, em especial do chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten.
Em conversas reservadas, o presidente disse a aliados que vê nos ataques a Eduardo uma ofensa pessoal e que, por isso, seria sua obrigação sair em defesa pública do filho.
De acordo com assessores palacianos, Bolsonaro é bastante sensível a qualquer questão que atinja sua família e pouco escuta sua equipe sobre o tom que adotará nas declarações. 
Além do caso de Eduardo, irrita o presidente o andamento das investigações envolvendo seu primogênito, o senador Flávio Bolsonaro(PSL-RJ).
Outro ponto apontado nos bastidores é o fato de Bolsonaro se sentir confortável politicamente após a aprovação do primeiro turno da reforma da Previdência pela Câmara.
Entre os alvos mais recentes dele estão os jornalistas Miriam Leitão e Glenn Greenwald, os nordestinos, chamados pejorativamente de “paraíbas”, e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que teve seus dados sobre desmatamento desacreditados por Bolsonaro. 
Na sexta (26), ele chamou de “idiota” pergunta feita pela Folha sobre a carona dada a seus familiares em helicóptero da FAB (Força Aérea Brasileira) em maio, no casamento de Eduardo, no Rio de Janeiro. 
Nesta segunda (29), Bolsonaro também ironizou o desaparecimento de Fernando Santa Cruz durante a ditadura militar. Fernando era pai de Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil.
Ao mesmo tempo em que tem feito discurso mais radical, o presidente adotou agendas populistas nas últimas semanas. Nesta segunda, fez uma transmissão ao vivo pelas redes sociais enquanto tinha seu cabelo cortado durante o expediente, no Palácio do Planalto. 
O presidente passou a ir a estádios para assistir a partidas de futebol. Entre junho e julho assistiu a seis partidas em quatro cidades: Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Nas ocasiões, publicou vídeos e fotos nas redes sociais com jogadores e treinadores.
Também aumentou a frequência em que sai de casa para conversar com populares. Ele tem saído do Alvorada nos fins de semana para atividades triviais de um cidadão comum como visitas a clubes, almoço em restaurantes e compras no supermercado. Em um de seus passeios, entrou em um supermercado em Brasília apenas para comprar seis xampus.
A agenda mais próxima à população coincide com estratégia do secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, de levá-lo a programas de auditório de grande audiência como os dos apresentadores Ratinho e Silvio Santos, ambos exibidos pelo SBT. 
Essa guinada de compromissos teve início após a entrada de Wajngarten na comunicação do governo. 
Já a radicalização nos discursos ganhou espaço na fala de Bolsonaro a partir da segunda quinzena de julho, ou seja, depois do anúncio de que ele indicaria Eduardo para a embaixada brasileira em Washington, no dia 11 de julho. 
Após ter admitido que beneficiaria um filho seu, em live nas redes sociais, o presidente iniciou uma sequência de destemperos públicos. 
Em café da manhã com correspondentes estrangeiros, em 19 de julho, atacou Miriam Leitão com dados falsos, afirmou que passar fome no Brasil "é uma grande mentira" e chamou governadores nordestinos de "paraíbas".
A sequência de radicalismos foi feita em cerca de duas horas, em uma sexta-feira pela manhã, o que causou espanto tanto à cúpula militar como ao núcleo ideológico. 
No mesmo dia, em uma tentativa de resguardar o pai, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) atacou a realização de encontros com jornalistas, obtendo apoio do deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP).
A reação negativa até mesmo do grupo mais próximo do presidente, para o qual ele deveria evitar declarações públicas por um tempo, não abalou Bolsonaro. 
Naquele final de semana, ele voltou a cogitar o fim da multa de 40% do saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) a trabalhadores demitidos sem justa causa e a atacar o diretor do Inpe, Ricardo Galvão.
Segundo relatos feitos à Folha, naquele final de semana, integrantes do núcleo militar até tentaram aconselhar o presidente a causar menos polêmica, mas ele deu de ombros e continuou a fazer declarações controversas na semana seguinte.
Os conselhos dos militares, principais bombeiros do governo, acabaram ficando de lado no último mês. A mudança de postura de Bolsonaro coincide com o processo de fritura pública de Carlos ao porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, que conta com o apoio velado de Wajngarten.
Em março, o Palácio do Planalto até esboçou um plano para limitar os comentários do presidente, diante de declarações sobre a reforma previdenciária que causaram desconforto na equipe econômica. 
Na época, um ministro, em tom de desabafo, disse à Folha que, apesar dos esforços da equipe presidencial, não tem jeito: Bolsonaro é "incontrolável".

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