O papa Francisco pediu nesta quarta-feira (14) perdão, em nome da Igreja Católica, pelos “escândalos” que têm surgido nos últimos anos em Roma e no próprio Vaticano, sem os especificar. O pedido de desculpas foi feito no início da audiência geral, na Praça de São Pedro, antes de começar a leitura de uma catequese sobre a família. “Sei que Jesus é realista e é inevitável que existam escândalos. Mas é o homem que provoca os escândalos. Em nome da Igreja, quero pedir perdão pelos escândalos que aconteceram em Roma e no Vaticano”, afirmou Francisco, com semblante preocupado, dando depois início à leitura do discurso.
Embora o papa não tenha se referido a nenhum caso em particular, nos últimos dias tem subido a tensão no Vaticano por causa da publicação de uma carta enviada por 13 bispos – alguns deles negaram ter assinado o documento -, em que denunciam a forma como está ocorrendo a reunião dos bispos. Alguns cardeais confirmaram a existência da carta, mas não souberam dizer o conteúdo e a lista dos que assinaram.
Diante do aumento da tensão provocado pela divulgação da carta, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse, nessa terça-feira (13) que esse é “um ato de distúrbio”. O cardeal alemão Ludwig Muller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (o antigo Santo Ofício) e que surge entre os signatários, também criticou a publicação do documento e disse que há um novo “Vatileaks”, após o de 2012, quando chegaram á imprensa documentos confidenciais da Santa Sé.
Na semana passada, o sacerdote polaco Krzysztof Charamsa, teólogo da mesma congregação, secretário adjunto da Comissão Teológica e professor da universidade pontifícia, admitiu ser homossexual e ter um companheiro. Federico Lombardi considerou “muito graves e irresponsáveis” as declarações de Charamsa, sobretudo por terem sido dadas na véspera do início do Sínodo Ordinário para a Família e expulsou-o da congregação.
Recentemente, a imprensa divulgou carta assinada por mais de 100 fiéis da Paróquia de Santa Teresa de Ávila, em Roma, em que denunciavam a presença um sacerdote em locais frequentados por homossexuais, onde era significativo o consumo de grande quantidade de droga e de bebidas alcoólicas.
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