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CRISTOVAM BUARQUE: "A ARROGÂNCIA CEGOU O PT PARA A REALIDADE"


Senador Cristovam Buarque avalia que PT se nega a enxergar os fatos (Foto: Wellington Rocha/PortalNoAr)

Do Portal No Ar

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) avaliou, em entrevista ao portalnoar.com, as acusações do Partido dos Trabalhadores (PT) contra a Justiça, o Ministério Publico Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF), por estarem investigando o envolvimento do ex-presidente Lula (PT) e sua família em esquemas de corrupção. Para Cristovam, o PT tem uma postura arrogante, que cegou a sigla diante da realidade. O senador esteve em Natal, nesta sexta-feira (30), para ministrar palestra sobre Educação e Tecnologia aos alunos da UnP.

“Eu não vou apoiar o que a Polícia fez, o que a Justiça está fazendo, porque as instituições não precisam de apoio. Mas creio que o PT está escondendo a cabeça debaixo do tapete. Está dando uma de avestruz, ao querer acusar toda a Justiça, toda a imprensa, toda a Polícia Federal, todo o Ministério Público, como se houvesse uma grande conspiração. Não é possível isso”, declarou.
O pedetista lembrou que muitos dos que investigam os escândalos foram eleitores do PT. “Não existe nenhuma conspiração. Suponha que a Justiça, a Polícia, esteja errada. Não acredito que seja por conspiração. Seria por algum erro técnico. A conspiração não tem razão de ser, pois não vejo em nenhuma das pessoas que estão fazendo isso nenhuma postura histórica de golpista, direitista, antiPT ou antiLula. Se formos observar, a maioria deles votou no Lula, votou no PT”, ponderou.
Na avaliação de Cristovam, a postura adotada pela legenda presidente Dilma Rousseff faz o partido se isolar cada vez mais. “O PT criou uma arrogância tal ao longo dos anos que ficou cego. Deveria ter um choque de modéstia e se perguntar: ‘caramba, será que a gente não errou? Será que a Polícia, o MPF e a Justiça não estão certos?’ Dessa forma, era capaz de descobrir que está errado. Mas com essa posição de defesa intransigente, de acusar todo mundo de golpista, que é uma posição de cego, que não vê a realidade, termina se isolando ainda mais”, analisou.
Para senador do PDT, governo Dilma fracassou na educação (Foto: Wellington Rocha/PortalNoAr)
Para o parlamentar, é possível para o PT se reerguer futuramente. “Não acho que a crise vá enterrar o PT. Para 2018, pode ameaçar muito. Poucas horas que estou aqui em Natal, conversando com as pessoas, já vi decadência eleitoral do PT aqui. Mas 2018 é um ano. A história do Brasil tem muitas décadas pela frente. Acho que o PT, se tomar um choque de modéstia, fizer uma autocrítica, avaliar se os outros estão certos e eles errados, mudar os seus erros, reciclar seu programa, sua postura, creio que ainda pode ser um bom partido e um grande partido no futuro. No entanto, vai demorar”, considerou .
“O governo não construiu nem pátria nem educadora”
Criador do programa Bolsa Escola, quando foi governador do Distrito Federal, e ícone da Educação na política brasileira, Cristovam Buarque também criticou a atuação do governo Dilma Rousseff na área. Na visão dele, a gestão petista não foi capaz de tornar-se uma administração educadora, tão pouco uma pátria, como diz o slogan do segundo mandato da presidente.
“A gente não vê nem educadora nem Pátria. O País está se desfazendo, por falta de um comando, uma linha, um rumo. De educador, esse governo não tem nada, nada e nada. Não existe uma medida que a gente olhe e diga que está mudando o Brasil. É um slogan vazio. É puramente marketing”, classificou.
Ao comentar a crise econômica e política que atingiu o País, após a reeleição de Dilma, o senador do PDT defendeu que a única maneira de superar o momento conturbado é unir a classe política em busca de soluções. Ele revelou que até levou a sugestão pessoalmente à chefe do Executivo.
“Sinceramente, não sei se é possível essa união. Mas não vejo outro caminho. Não só falei no Senado como levei à própria presidente Dilma a sugestão de que ela não vai terminar bem seu governo nem conduzir o Brasil bem se não se transformar. Não faz muito tempo que levamos essa sugestão. Eu e mais cinco senadores. Mas parece que ela não deu muita importância”, externou.
Cristovam comparou o governo atual com o do ex-presidente Fernando Collor de Melo (PTB). “Lembro até que usei a expressão ‘ a senhora precisa ser a Itamar da senhora’. Itamar recebeu um governo que estava tão desmoralizado quanto o dela, que era o do Collor, e fez outro governo. Eu acho que ela poderia fazer isso”, sugeriu.
Cristovam admite insatisfação com PDT, mas diz que não tem atração por nenhum outro partido (Foto: Wellington Rocha/PortalNoAr)
“Para se ter o Impeachment é preciso que a ilegalidade seja totalmente comprovada”
Segundo Buarque, Dilma Rousseff está totalmente sem rumo. No entanto, ainda é cedo para falar de impeachment. “A essa altura, acho muito difícil que ela consiga terminar o seu mandato bem. Ela pode até terminar. O mandato é dela legalmente. Se não se descobrir algo muito claro, muito comprovado de que ela cometeu crime, tem que ser ela. A gente vai ter que aguentar, mas vai ser muito ruim para o Brasil”, avaliou.
Sobre as acusações do crime das pedaladas fiscais identificado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e do uso de dinheiro de propina na campanha, o senador afirmou que as provas precisam ser claras e incontestáveis.
“Se a gente comprovar tudo isso, será (motivo suficiente para pedir o impeachment). Ainda não tenho conhecimento o suficiente sobre o relatório para dizer que votarei pelo impeachment. O presidencialismo não prevê cassação ou impeachment de presidente incompetente. Tem que ser de presidente ilegal. Tem que ser uma ilegalidade que o povo inteiro chegue à conclusão de que tem que sair”, enfatizou.
Apesar de o PDT fazer parte da base da presidente Dilma Rousseff, Cristovam Buarque adota uma postura crítica em relação ao governo. Ele confidenciou, durante à entrevista, que está desconfortável dentro do partido, disse que ainda não sentiu o desejo de mudar para nenhuma outra sigla. No entanto, não descartou a possibilidade de mudar de legenda nos próximos meses.
“Quando eu saí do PT, eu era fortemente atraído pelo PDT, até porque sempre fui brizolista desde os meus 18 anos, em Pernambuco, quando ouvia Brizola pela Rádio. Hoje, com toda franqueza, eu me sinto muito desconfortável no PDT, mas não sinto atração forte por nenhum outro partido. Por isso, eu não sei o que vai acontecer nos próximos meses”, declarou.
Cristovam revela acordo entre PDT, Ciro e Lula para 2018
Mesmo enfrentando divergências internas em sua agremiação, o senador manifestou o desejo de ser candidato a presidente da República em 2018. Ele já se candidatou ao cargo em 2006. Entretanto, admitiu que é difícil viabilizar sua candidatura pelo PDT, tendo em vista que o partido receberá a filiação do ex-governador do Ceará Ciro Gomes, hoje no PROS, que chega com o status de pré-candidato para o próximo pleito eleitoral.
“O PDT tem um dono, que é Carlos Lupi. Ele tem o poder absoluto no partido. O que a gente imagina é que ele já escolheu o Ciro, até porque eu creio – não tenho certeza, não posso ter – que houve um acordo com o Lula, no sentido de que se Lula estiver muito ruim apoia o Ciro pelo PDT. Se o Lula tiver bem ainda, o Ciro seria o vice. Imagino que seja isso. O PDT ainda não discutiu comigo. Então eu acho que houve uma opção por parte do senhor Carlos Lupi de que seja o Ciro”, revelou.
Embora haja dificuldades elencadas por ele mesmo, o pedetista disse que gostaria de pleitear a candidatura. “Eu estou pronto. Estou disposto, mas teria que a base do PDT fazer quase que uma rebelião em torno do meu nome e não estou vendo, com toda franqueza, esse clima. Estou vendo um clima tão desanimado que creio que o que o Carlos Lupi acertou com o Ciro e com o Lula terminará acontecendo”, destacou.
DEDÉ AUTO PEÇAS

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