COM 12 ACORDOS DE DELAÇÃO PREMIADA, OPERAÇÃO LAVA JATO QUE APURA IRREGULARIDADES NA PETROBRAS TEVE COLABORAÇÃO RECORDE.
Responsável por investigar o
esquema de corrupção na Petrobras, a força-tarefa da Operação Lava-Jato não
conseguiu apenas identificar desvios de, pelo menos, R$ 286 milhões na estatal,
mas também, pela primeira vez, amarrar mais de uma dezena de acordos de delação
premiada. Dado inédito do Ministério Público Federal no Paraná mostra que, até
semana passada, foram firmados 12 acordos. Trata-se da maior quantidade de
delações premiadas numa investigação de um grande caso de corrupção recente.
Os primeiros acordos fechados
com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e com o
doleiro Alberto Youssef, são tidos como fundamentais para o sucesso da
investigação e levaram a novas colaborações. Uma vez incriminados, não restou a
alguns dos acusados relatar o que sabiam em troca de uma possível redução de
pena. Para se ter uma ideia do impacto que os acordos
podem ter, apenas Costa delatou 28 nomes de políticos. Segundo o ex-diretor,
eles teriam se beneficiado do esquema montado na diretoria de Abastecimento da
estatal.
A lista entregue por ele deve
embasar três dezenas de inquéritos, a serem abertos em fevereiro, quando o
Judiciário retonar do recesso. Na lista do delator, constam os ex-ministros
Antonio Palocci, Gleisi Hoffman e Mário Negromonte; o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL) e o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN); o
atual ministro Edison Lobão, da pasta de Minas e Energia; os ex-governadores
Eduardo Campos (PSB), morto em acidente de avião, e Sérgio Cabral (PMDB-RJ); o
ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, já falecido; além de senadores e
deputados.
Ainda pouco difundida no
Brasil, a delação premiada é prevista em lei desde a década de 90, quando a
redução de pena do delator passou a figurar na Lei de Crimes Hediondos. No
entanto, foi em agosto do ano passado que a delação foi institucionalizada na
Lei das Organizações Criminosas. Assim, pela 1ª vez, falou-se em termo de
colaboração por escrito e, com isso, foi permitida maior eficácia nas
investigações.
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