PL AINDA NÃO SE PRONUNCIOU SOBRE CASO DE ASSÉDIO SEXUAL DE INTEGRANTE DA EXECUTIVA NACIONAL DO PARTIDO
Veio a público esta semana que um dos integrantes da executiva nacional do Partido Liberal (PL), José Renato Silva, de 72 anos, foi acusado de abuso sexual.
A denúncia partiu de sua própria filha, Cintia Renata Lira da Silva, que relatou os abusos sofridos por ela e suas filhas. O crime contra as netas teria acontecido de 2012 a 2021.
Cintia disse que resolveu expor o pai para ajudar outras mulheres que passam pela mesma situação. “Como vítima, posso dizer que a gente procura outras falas semelhantes. A gente quer se identificar”.
O caso foi registrado na Delegacia da Mulher em Suzano no dia 5 de abril. Em maio, José Renato foi indiciado por estupro de vulnerável. O caso está sob segredo de Justiça por envolver menores de idade.
O advogado de José Renato, Denis Souza do Nascimento, afirmou que “não existe nenhum processo sobre o caso. O que existe é uma investigação em andamento que, de fato, tramita sob segredo de Justiça”.
O ainda PL não se pronunciou sobre o caso, mas consta no site da Assembleia Legislativa de São Paulo que José Renato era assessor-chefe de gabinete até 13 de abril último e que ele estava no PL até 12 de abril. Fica claro que ele saiu do cargo e foi afastado do partido uma semana após a denúncia.
O que motivou a denúncia
Mãe das duas adolescentes, de 16 e 18 anos, e de mais três rapazes, de 14, 17 e 20 anos, Cintia contou que soube dos abusos em 2019, quando a filha mais mais nova, então com 14, teve uma crise de ansiedade. Quando a mais velha foi tentar ajudar e ouviu o relato de abuso, uma acabou sabendo da outra.
“Esse foi o pior dia da minha vida, porque eu não consegui entrar no coração delas e tirar aquela dor”, afirma Cintia. Ainda sem entender ao certo o que haviam passado, as meninas perguntaram à mãe: “Mas você acha que é verdade?”. E ela conta que respondeu: “Sim, porque conheço ele”.
Cintia revela que expor essa situação foi a coisa mais difícil que fez em 42 anos de vida. Ao longo de todo esse período, acreditou que o abuso fosse apenas um sonho ruim. Há um ano e meio, soube que as filhas tinham sido vítimas. Só então, passou a ver o pai de forma diferente.
“Eu relatei por uma mensagem, através do celular, que eu não queria ter contato com ele nem visual, nem de voz. Eu mandei a mensagem e, depois de pouco tempo, ele me respondeu. Ele falou que estava pensando como era difícil eu escrever aquilo e disse, sim, que teria abusado delas”, diz.
Com informações do UOL
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